Por Prof. Dr. Valmor Bolan*
O teatro brasileiro perdeu neste ano um de seus grandes nomes: Walmor Chagas. Ele próprio se dizia mais vocacionado ao teatro do que à televisão, e por uma questão pragmática disse fazer TV para ganhar dinheiro, pois, conforme falou em entrevista no programa Starte, é na tevê que o ator ganha dinheiro para comprar sua casa, seu carro, etc.
Mas Walmor Chagas gostava mesmo do palco. Casado com a atriz Cacilda Becker, também fundou o Teatro Ziembinski com o objetivo de promover autores nacionais. Chegou depois a reconhecer que a produção nacional não era ainda satisfatória. De qualquer forma, o seu nome está ligado ao teatro no período em que viu outros nomes de expressão como Paulo Autran, Fernanda Montenegro e Natália Timberg.
Elegante e intelectual, Walmor Chagas era um gentleman, tinha bom gosto e fazia um teatro que hoje parece não existir mais. “Fui de uma época e a época hoje é outra”, queixou-se Chagas em entrevista na Globo News. Retirou-se então a um sítio em Guaratinguetá e quando não pode mais ler pela debilidade da vista, resolveu escolher a hora da própria morte, como disseram alguns amigos, suicidando aos 82 anos. Ao menos, até o momento, uma das suspeitas da polícia é de suicídio. O que chocou a todos, porque além do seu talento, Walmor Chagas era uma pessoa que sabia cativar as pessoas.
Elegante e intelectual, Walmor Chagas era um gentleman, tinha bom gosto e fazia um teatro que hoje parece não existir mais. “Fui de uma época e a época hoje é outra”, queixou-se Chagas em entrevista na Globo News. Retirou-se então a um sítio em Guaratinguetá e quando não pode mais ler pela debilidade da vista, resolveu escolher a hora da própria morte, como disseram alguns amigos, suicidando aos 82 anos. Ao menos, até o momento, uma das suspeitas da polícia é de suicídio. O que chocou a todos, porque além do seu talento, Walmor Chagas era uma pessoa que sabia cativar as pessoas.
Seu caso abre campo para a reflexão sobre a condição de vida do idoso em nossa sociedade hipercapitalista e consumista. Não apenas o idoso pobre, mas também o que tem recursos e talentos. O fato é que Walmor Chagas se sentiu talvez sem utilidade na sociedade em que vivia. Achou que tinha de sair de cena e ele próprio fez essa escolha, o que contraria o princípio cristão de que não somos nós os donos da nossa vida, mas Deus. A Ele cabe determinar a nossa hora.
Essa atitude que reflete um estado de profunda solidão, também favorece a mentalidade pró-eutanásia, que também busca se justificar com essas mesmas premissas, de que o que opta pela eutanásia se sente um peso para a sociedade e não quer mais sofrer, pois a vida perdeu o sentido. Camus, em seu livro O Mito de Sísifo reflete sobre o suicídio e a questão do sentido da vida. Um talento como Walmor Chagas não poderia com a idade que chegou sentir-se sem utilidade. Faltou aí apoio dos amigos, dos familiares, de instituições. E é assim que estamos vendo o que já escrevemos em artigo anterior ao comentar as tendências da atualidade em reportagem da revista Isto É, a questão de que aumenta o número de pessoas que moram sozinhas, mostrando o drama da solidão para muitos em nosso tempo.
Por isso que foram criadas as instituições humanas, a primeira delas e a mais importante, a família. Para dar apoio às pessoas nas suas horas mais vulneráveis, principalmente na doença, na velhice, na infância, ou mesmo na fase adulta, em situações de dificuldades. O que vamos percebendo é que as instituições estão perdendo força, já não conseguem mais agir.
Nesse sentido, a defesa da família é hoje uma das grandes causas que deviam mobilizar a todos, pois é na família e com ela unida que evitamos perder o sentido da vida.
* Professor Valmor Bolan- Doutor em Sociologia e presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade Para Todos
Fonte: Gazeta São João del-Rei
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