"Eu não tenho idade. Tenho vida." (Vânia Toledo)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Terceira idade em Umuarama cresceu mais de 48% nos últimos anos, diz IBGE


Umuarama (PR)
- Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelam que o número de idosos em Umuarama cresceu mais de 48%, no comparativo dos dois últimos balanços. No Censo de 2000 a população de pessoas com mais de 60 anos era de 8.555, no último levantamento, em 2010, o instituto identificou mais de 12.700. A porcentagem chama atenção, principalmente porque hoje comemorasse o Dia do Idoso, uma data relevante para a conscientização de apoio à terceira idade.

Em Umuarama, as questões do idoso são tratadas por várias instituições, que oferecem educação, lazer, saúde, cultura e sociabilização. Porém com o crescimento da população da terceira idade, a frente de apoio começa a ficar pequena. Ainda, possivelmente por falta de informação, muitos idosos vivem à margem da comunidade e enfrentam a violência e o descaso.

Para a psicóloga e coordenadora do Centro Dia, entidade voltada aos idosos, Débora Cristina da Mata, existe uma grande complexidade relacionada à convivência do idoso com a família. Ela cita que o passado familiar influencia diretamente no cotidiano atual e entre os principais problemas, o isolamento ainda é o mais crucial.

“A falta do vinculo familiar pesa e muitos filhos não se sentem obrigados a cuidar dos pais, já às vezes não houve essa reciprocidade na fase adulta da vida. É nesse momento que surgem os conflitos psicológicos, como a sensação de abandono, a carência e principalmente o sentimento de estar isolado da família”, destaca Débora.

Com base na realidade do Centro Dia, a psicóloga revela que casos de violência física contra pessoas da terceira idade ainda existem, mas não são freqüentes. Ela alerta para outra espécie de violência, a psicológica. “Essa, sem dúvida, é muito comum. Ofensas dentro de casa e o medo de se sentir um estorvo afetam diretamente a auto-estima deles [idosos]”, completa.

Débora conta que o medo de se sentir só, tornar-se uma pessoa dependente e os sintomas estéticos do envelhecimento, ainda são os maiores conflitos internos de muitos idosos. Segundo as explicações da psicóloga, sem o convívio social eles acabam desenvolvendo diversos níveis de depressão e sente-se até pessoas incapacitadas.

“Hoje, nós buscamos resgatar essas pessoas em situação de vulnerabilidade do isolamento, tanto de amigos quanto familiar, para uma vida mais alegre, menos dependente e mais dinâmica. A partir do momento que os colocamos em contato, um com os outros, a mudança na qualidade de vida já é perceptível; é mais saudável”, diz a coordenadora do Centro Dia.

Para dona Maria Cecília, de 70 anos, o convívio com diversas pessoas semanalmente a ajudou superar diversos problemas familiares que enfrenta, além de mudar a maneira de interpretar o envelhecimento. Sempre sorrindo, até mesmo nos momentos de contar sobre sua realidade, ela não deixa a tristeza vencer a simpatia.

“Já me senti muito sozinha, abandona; hoje não. Agora eu consigo viver do jeito que sempre fui, alegre. Eu adoro estar aqui [Centro Dia], me sinto viva, importante. Envelhecer para mim é a melhor coisa da vida [risos]”, comenta dona Maria, sem tirar a atenção do tricô, uma atividade prazerosa para ela.

No Brasil, a população idosa poderá ultrapassar 30 milhões de pessoas nos próximos 20 anos. Em 2000, segundo o Censo, a população de 60 anos ou mais de idade era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991. Em 2010, a estimativa é de 18 milhões de habitantes com mais de 60 anos, representando quase 10% da população total do país. Os números aumentam, e faltam políticas públicas para ampliar o atendimento ao idoso, e essas ações devem começar pelos municípios.


Atenção ao idoso de Umuarama

O maior representante de apoio ao Idoso, o Centro Dia, atende em média 38 idosos e segundo a coordenadora e psicóloga, Débora Cristina da Mata, a perspectiva é aumentar o atendimento para 60 vagas. Os participantes do centro recebem alimentação, atendimento médico, aulas de artesanato, exercícios físicos, aula de yoga, entre outras atividades. Além do Centro Dia, o município oferece programas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAs) e visitas domiciliares.

Na Universidade Paranaense (Unipar) é ofertado o projeto de extensão universitária, pelo curso de Educação Física, de hidroginástica para os idosos. O projeto reúne 120 idosos, de Umuarama e cidades vizinhas, com idades que variam de 60 a 86 anos. As aulas acontecem duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras. A Universidade oferece outros projetos associados aos cursos de Química, Estética e Cosmetologia, Farmácia e Manipulação.

No Serviço Social do Comércio (Sesc) são várias atividades para as pessoas da terceira idade. Duas vezes por semana é realizado o grupo de convivência da 3ª idade. Palestras, atividades educacionais e recreativas são realizadas na terça-feira e na sexta-feira os participantes do grupo realizam um baile das 8h às 10h. Os idosos também recebem estudos de línguas, matemática, economia doméstica e demais disciplinas. O Grupo do coral também é outra alternativa para os frequentadores da unidade. Na parte esportiva é ofertado o vôlei, aeróbica e academia. “Nosso instrutor da academia é especializado em exercícios para os idosos”, informou Mauriza.

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