A USP – Universidade de São Paulo, desde 1993, quando instalou o Programa Universidade Aberta Para A Terceira Idade, oferece regularmente mais de 15 cursos por semestre, de acordo com a terceira edição do”Guia Brasileiro da 3ª. Idade”. Esses cursos reservam de duas a cinco vagas por escola, para pessoas com mais de 60 anos. Para ser aluno não é exigida graduação anterior. Podem participar, inclusive, pessoas semi-analfabetas.
Assim como Universidades Abertas existentes em outros estados, a proposta do projeto da USP é promover a convivência. Os alunos da terceira idade tem as mesmas aulas do currículo normal, ao lado de jovens universitários. No início de cada semestre letivo, a Reitoria da USP distribui centenas de livretos através de seu Posto de Informação no campus.
Para garantir a matrícula no curso desejado, os idosos escolhem a faculdade no livreto e entram em contato com o respectivo departamento. As disciplinas mais concorridas, desde o início do programa são as do Instituto de Psicologia. A USP ainda oferece os cursos de Comunicação; Artes; Arquitetura e Urbanismo; Enfermagem; Economia; Administração; Medicina; Odontologia; Saúde Pública; Astronomia; Geofísica;Biociências; Geociências; Matemática; Estatística; Oceanografia; Estudos Brasileiros; Educação Física; Politécnica.
Há ainda, na capital de São Paulo, mais de uma dezena de cursos da Universidade Aberta, tanto de faculdades publicas como particulares. No interior de São Paulo, nas principais cidades, há 18 faculdades com esse tipo de curso para a terceira idade. Educadores públicos e particulares reconheceram, ao longo dos anos, o papel dinâmico das Universidades Abertas.
Recentemente, a revista “Época”, em sua edição 685, nos brindou com uma interessantíssima reportagem de título “Como a idade faz nosso cérebro florescer” mostrando que a ciência conseguiu identificar a base neurológica da sabedoria. E que, a partir da meia-idade, as pessoas podem até esquecer nomes mas –acreditem – tornam-se mais inteligentes.
Diz a reportagem que pequenos neurônios que ajudam a captar informações, sofrem com o processo de envelhecimento. São os menores, envolvidos no processamento de informações pequenas do tipo “onde deixei o carro estacionado?”, “o que vim fazer na cozinha?”. Outro tipo de neurônio, encarregado de lembrar os grandes acontecimentos e de informações mais enraizadas em nossa mente, como habilidades profissionais, por exemplo, não sofrem dano algum. A idade privilegia o raciocínio complexo, usado para analisar uma situação e encontrar soluções. Esse raciocínio complexo é normalmente aprimorado com o passar do tempo.
Isso levanta a hipótese, achamos nós, de que as Universidades Abertas ajudam o cérebro do idoso a se manter mais ágil, mais intuitivo, mais criativo pela diversidade de novos conhecimentos, novas experiências e novos equacionamentos.
Hoje, no Brasil, 10% da população tem mais de 60 anos. Em 2030, o percentual será de 20%. Em 2050, os idosos serão quase um terço da população. Um público cada vez mais crescente para as Universidades Abertas de todo o país.
A frequência aos cursos de Universidade Aberta ajudará os idosos a manterem sua inteligência mais afiada, seu estado de espírito mais feliz, suas expectativas de vida mais otimistas.
Esperamos que sejam implantados novos cursos deste tipo não só nas capitais de todos os estados como também nas cidades do interior que disponham de faculdades. E que seja logo!
Fonte: Jornal Nova Fronteira
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